31 março 2007

Preço e valor



“Um homem que se vende não vale o que lhe pagam.”

(Qualquer que tenha sido a quantia negociada.)


30 março 2007

O uso das aspas

Não, não é assunto de português não...

As duas manchetes, notícias e fotos abaixo são da Agência Reuters. Comparem as manchetes e as fotos, em seguida tirem suas conclusões sobre o que quiserem (imparcialidade da imprensa, maus tratos em Guantánamo, o fim da história ou a venda do pão francês a quilo).
  1. Prisioneiro de Guantánamo assume atentados de 11 de setembro

  2. TV iraniana mostra britânicos capturados e "confissão"



PS: Sou contra Guantánamo, contra algumas políticas dos EUA, contra o programa nuclear do Irã, contra a tendenciosa imprensa "neutra" (olha o uso das aspas de novo!!!) e contra a venda do pão francês a quilo.

22 março 2007

Te desejo uma história feia!

Grande parte das belas histórias de amor são tristes. Talvez sejam belas exatamente por serem tristes. Claro que é bonito ver um final romântico, com o casal de protagonistas se abraçando ao pôr-do-sol. Mas não é lindo. Não como “Romeu e Julieta”, nem como “E o vento levou...”, nem ao menos tão bonito quanto aquele filme que você viu no DVD ou na TV por assinatura ontem à noite.

Ontem estava lembrando de um dos mais belos clips que já vi: “All I Want Is You”, do U2. veja o clip clicando aqui. Não faz mal não saber falar inglês. Basta, talvez, saber que a tradução do título é “Tudo o que eu quero é você”. Vá ver e depois continuo.

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Viu? Observou como o anão era completamente apaixonado pela trapezista? Pensando em fazê-la reparar nele, em atrair-lhe a atenção e a devoção (e não somente a simpatia), resolveu deixar de lado o que sabia fazer e partir para algo completamente desconhecido, para a área da sua “amada” e do homem por quem ela era apaixonada: o trapézio. No final, a queda.

Não poderia ser diferente. Ele nunca havia treinado trapézio e além disso os aparelhos não estavam ajustados para sua altura, para o comprimento de seus braços, etc. Mas também não poderia ser diferente pois é isso que acontece sempre que deixamos de ser nós mesmos para sermos quem a pessoa amada quer que sejamos: a morte, figurativa ou real.

A história é linda pra quem está de fora. Só quem a vive sabe o quanto dói, o quanto se sofre. É lindo ver, em nome do amor, uma pessoa se humilhar, se abnegar, se suprimir, se dedicar, se anular.

É uma história linda exatamente por ser triste. Por isso mesmo, eu desejo, meu amigo, que todas as tuas histórias sejam feias.

Para saber mais sobre o vídeo e a música:
Vídeo - Making of - Letra - Tradução


20 março 2007

Fábula moderna

Autor desconhecido

Uma galinha achou alguns grãos de trigo e disse a seus vizinhos:
“Se plantarmos este trigo, teremos pão para comer. Alguém quer me ajudar a plantá-lo?”

“Eu não”, disse a vaca.
“Nem eu”, emendou o pato.
“Eu também não”, falou o porco.
“Eu muito menos”, completou o bode.

“Então eu mesma planto”, disse a galinha.
E assim o fez. O trigo cresceu alto e amadureceu em grãos dourados.

“Quem vai me ajudar a colher o trigo?”, quis saber a galinha.

“Eu não”, disse o pato.
“Não faz parte de minhas funções”, disse o porco.
“Não depois de tantos anos de serviço”, exclamou a vaca.
“Eu me arriscaria a perder o seguro-desemprego”, disse o bode.

“Então eu mesma colho”, falou a galinha, e colheu o trigo ela mesma.

Finalmente, chegou a hora de preparar o pão.
“Quem vai me ajudar a assar o pão?” indagou a galinha.

“Só se me pagarem hora extra”, falou a vaca.
“Eu não posso por em risco meu auxílio-doença”, emendou o pato.
“Eu fugi da escola e nunca aprendi a fazer pão”, disse o porco.
“Caso só eu ajude, é discriminação”, resmungou o bode.

“Então eu mesma faço”, exclamou a pequena galinha.
Ela assou cinco pães, e pôs todos numa cesta para que os vizinhos pudessem ver.

De repente, todo mundo queria pão, e exigiu um pedaço.
Mas a galinha simplesmente disse:
“Não! Eu vou comer os cinco pães sozinha”.

“Lucros excessivos!”, gritou a vaca.
“Sanguessuga capitalista!”, exclamou o pato.
“Eu exijo direitos iguais!”, bradou o bode.
O porco, esse só grunhiu.

Eles pintaram faixas e cartazes dizendo “Injustiça” e marcharam em protesto contra a galinha, gritando obscenidades.

Quando um agente do governo chegou, disse à galinhazinha:
“Você não pode ser assim egoísta.”

“Mas eu ganhei esse pão com meu próprio suor”, defendeu-se a galinha.

“Exatamente”, disse o funcionário do governo, “essa é a beleza da livre empresa. Qualquer um aqui na fazenda pode ganhar o quanto quiser. Mas sob nossas modernas regulamentações governamentais, os trabalhadores mais produtivos têm que dividir o produto de seu trabalho com os que não fazem nada”.

E todos viveram felizes para sempre, inclusive a pequena galinha, que sorriu e cacarejou: “eu estou grata”, “eu estou grata”.
Mas os vizinhos sempre se perguntavam por que a galinha nunca mais fez um pão.

10 março 2007

De quem é a culpa?

Vamos supor por 1 minuto (no máximo 2 ou 3, depende mais da sua velocidade de leitura) que eu me vendi a essa tese de que “a culpa é da sociedade”. Proponho esse raciocínio. Vamos ver a que conclusões chegamos...
  • A culpa é da sociedade? Ora, o conjunto de homens (coletividade) agrupados submeteu-se a um governo por um “contrato social” (veja obra de Jean-Jacques Rousseau) para que, cada um renunciando a um pouco de sua liberdade, pudessem viver em paz e em grupo.

  • Antes desse “contrato social” os homens viviam na barbárie, cada um tomando o que lhe aprouvesse de quem quisesse, valendo a lei do mais forte, na selvageria. Sociedade governo surgem simultaneamente, quando a coletividade resolve abandonar a barbárie.

  • O problema é que em alguns Estados (Brasil, entre eles), seus governantes não transformaram essas renúncias individuais em crescimento e progresso para toda a população. Por isso os menos favorecidos resolvem “pegar no tapa” o que (acham que) lhes é devido.

  • Por outro lado, o mesmo governante deve lembrar-lhes que renunciaram (sim!) a suas pretensões de resolver com as próprias mãos, sob pena de que haja a ruptura deste contrato social e cada um passe a agir de acordo unicamente com suas próprias pretensões e vontades e se reinstale a barbárie, com desordeiros, salteadores, milícias e justiceiros.

  • É isso o que já vemos começar a acontecer e que só tende a piorar. Assim que os homens (todos) deixarem de confiar na justiça estatal (o que está perto de ocorrer), voltaremos ao estado de barbárie. Por hora, apenas o lado “menos favorecido” cansou de esperar a “justiça social” e resolveu fazer justiça pelas próprias mãos. Logo será a vez dos ricos e poderosos se protegerem de forma mais agressiva.

  • Conclui-se que o governo deve agir na área da Segurança Pública com rigor ao invés de ficar esperando que as políticas sociais (e educacionais, se houvesse alguma) surtam efeitos, o que só ocorre a longo prazo.

Concluindo... A culpa da crescente violência e criminalidade não é, sob qualquer raciocínio que se use, da sociedade: A CULPA É DO GOVERNO.

09 março 2007

Eternas 3 da manhã

Falta tempo pra fazer tudo o que quero. Aí penso: “E se o tempo parasse?”

Então me proponho outra idéia. Digamos que o tempo tenha parado. Exatamente agora. E agora. E agora. Você não percebeu? Não! Claro que não, nem poderia. Uma personagem de filme percebe quando você coloca pausa (ou pause) no DVD e vai até a geladeira? Ou mesmo se você deixar 30 minutos ou 2 horas ela parada, no meio de uma frase. Ela não percebe! Continuará a frase no mesmo instante em que parou.

Acho que a vida é assim. Nossa existência está costurados ao passar do tempo. Não faz sentido pensar em parar o tempo. Talvez ele pare. Talvez ele tenha parado 15 vezes agorinha. Só que você não ganha nem perde nada: você nem percebe.

Acho que a vida eterna será, para nós, como se passássemos para “o lado de lá” da tela. Quando o tempo passará a não ter importância. A pergunta “quanto tempo dura a eternidade?” não fará sentido pois “tempo” não existirá. Assim como, para nós, o “tempo do DVD” não faz sentido algum.

O seriado 24 Horas demora semanas para passar, posso assistir um filme em câmera lenta ou em “PLAY x2”, posso voltar a determinada cena, posso avançar e ver logo o final, posso assistir de trás pra frente... Que sentido faz o “tempo do DVD” nas nossas vidas?

Já ouviu que “o tempo de Deus é diferente do tempo dos homens”? É do mesmo jeito, com a diferença de que o DVD dEle é bem mais avançado que o nosso.
PS: Tive a idéia de escrever esse texto de madrugada, enquanto acordava pra beber água. Curiosamente, ao abrir a página inicial da Wickpedia em (que todo dia apresenta uma matéria escolhida ao acaso) ela mostrava uma matéria sobre o grupo musical KLF, cuja música de maior sucesso foi provavelmente “3 AM Eternal”. Achei que era uma boa idéia para o título dessa postagem.

01 março 2007

A culpa é sua

Transcrevo um texto do Blog La Fúria de Ocram

“Da próxima vez que você ligar a televisão e ver que um ônibus foi incendiado com pessoas vivas dentro, saiba que a culpa é sua. Da próxima vez que ver um bando de “oprimidos pela sociedade” arrastarem uma criança por 7km, saiba que a culpa é sua. Da próxima vez que você ver a Presidente do STF, que foi assaltado no mesmo Rio de Janeiro, no mesmo mês onde 9 pessoas morrem vivas e não sofreu um arranhão sequer dos criminosos e ainda pr cima levou uma bronca por não ter requisitado seguranças,saiba caro leitor, que agora ela, a mesma Presidenta do STF que considera não haver necessidade alguma de mudança de legislação criminal, agora, agorinha mesmo ela aceita sem a maior cerimônia a segurança particular.

E se você considera isso um ato normal, legítimo e decente de uma pessoa que não vê necessidade alguma para mudanças, que isso é normal para uma pessoa com um alto posto no país, caro leitor, a culpa é sua.Essa sim uma culpa de verdade. Calar nessa hora é culpa completa ao assumir sua incapacidade para contestar qualquer coisa. Isso mesmo, caro leitor, é culpa sua.”

Vale a pena ler o texto completo em http://ocram.wordpress.com/2007/02/28/as-ongs-do-crime-suas-ongentalhas-e-o-pulhador