29 maio 2007

A causa dos problemas do Brasil

Boa parte dos problemas ditos sociais no Brasil decorre, acreditem, da degeneração de costumes, da falta do respeito básico e elementar do marido por sua mulher, da mulher por seu marido, do casal por seus filhos, dos filhos pelos pais. Isso em qualquer classe social, tenham as pessoas a escolaridade que for.”
(Reinaldo Azevedo - 29/05/2007 in “Reinaldão, um feminista, Renan e o que diria Cícero”)

Fonte: http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/2007/05/reinaldo-um-feminista-renan-e-o-que.html

19 maio 2007

ATÉ QUANDO?

Maiakovski, poeta russo, foi assassinado “suicidado” após a revolução de Lênin, no início do século XX. Eduardo Alves da Costa, fluminense, escreveu uma poesia chamada “No caminho, com Maiakovski” (publicada em 1985 em livro homônimo) que diz assim:

«Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim. E não dizemos nada.

Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão. E não dizemos nada.

Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada.»
[
Eduardo Alves da Costa (1936 - ...) - explicação e poesia completa aqui]

Bertold Brecht, cujo texto mais conhecido se chama “O Analfabeto Político” (e está nos comentários do post “Valores”), escreveu:
«Primeiro levaram os negros, mas não me importei com isso; eu não era negro.
Em seguida levaram alguns operários, mas não me importei com isso; eu também não era operário.
Depois prenderam os miseráveis, mas não me importei com isso, porque eu não sou miserável.
Depois agarraram uns desempregados, mas como tenho meu emprego, também não me importei.
Agora estã
o me levando, mas já é tarde. Como eu não me importei com ninguém, ninguém se importa comigo.»
[Bertold Brecht, (1898-1956)]
Martin Niemöller, símbolo da resistência aos nazistas, escreveu em 1933, sobre a inatividade dos intelectuais alemães sobre a subida dos nazistas ao poder e eliminação de seus adversários, grupo após grupo:

«Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram
e já não havia mais ninguém para reclamar.»

[Martin Niemöller, (1892–1984)]


Cláudio Humberto publicou um texto inspirado nestes:
«Primeiro eles roubaram nos sinais, mas não fui eu a vítima,
Depois incendiaram os ônibus, mas eu não estava neles;
Depois fecharam ruas, onde não moro;
Fecharam então o portão da favela, que não habito;
Em seguida arrastaram até a morte uma criança, que não era meu filho...»
[Cláudio Humberto, em 9/Fev/2007, aqui, sob o título “Realidade paralela no Rio”]


O incrível é que por mais que uns e outros falem, continuamos desamparados, inertes e submetidos aos caprichos da ruína moral dos poderes governantes, que vampirizam o erário, aniquilam as instituições, e nos deixam, como meros cidadãos, apenas os ossos roídos e o direito ao silêncio ― porque a palavra, há muito se tornou inútil…

― O QUE ESTAMOS FAZENDO, E, ATÉ QUANDO?

Control+C, Control+V

Não gosto muito de copiar idéias de outros e muito menos as postagens dos outros blogs. Mas vá lá, às vezes alguém fala algo tão perfeito que não há como reescrever ou o que acrescentar. E às vezes é tão pertinente que não resisto à vontade de colocar no meu blog. Então fui em http://torneimeumebrio.blogspot.com/2007/04/at-quando.html, copiei (Control+C) e colei (Control+V).

Deixei um comentário lá pedindo autorização. Se ele não deixar, depois eu apago.
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Update: tive que corrigir algumas coisas e o texto ficou diferente. Vê, sempre há o que reescrever ou acrescentar.

12 maio 2007

Valores

Nossos governantes deviam agir com respeito aos valores de ética, moral e honestidade.


Infelizmente a maioria deles só entende de valores acima de seis dígitos.

04 maio 2007

Para uma amiga (com quem tive a felicidade de trabalhar)

Nenhum homem, por mais fé que tenha, conhece os desígnios de Deus para sua vida.

O homem temente a Deus faz o que acha certo na sua vida, pedindo orientação divina, mas esta nem sempre é clara.

Por vezes teimamos naquilo que achamos correto, justo e bom. Sem resultado.

Isso acontece porque nossa vontade é oposta à dEle. Não por ser pecado, não por ser errada (poderia ser, mas não neste caso). Simplesmente Ele tem algo melhor a nos oferecer, então não permite que nossos desejos prevaleçam.

Fazemos o quê? Esperamos sentados que Ele revele Sua vontade, em atitude de contemplação? Não, de forma alguma! Tentamos de todas as formas realizar nossos sonhos, já que não temos como saber Seus desígnios.

Quando nossos esforços quedam em vão, finalmente a Sua vontade pode se concretizar, realizando em nossa vida o que Ele nos reservou.

O que é? Não sei. Mas essa é a única vantagem de ter fé nesses casos: aceitar que nossos esforços foram infrutíferos, embora sinceros, e aguardar pacientemente que o bem maior se revele em nossa vida.

Boa sorte, amiga. Estamos torcendo por você, confiando que a sua felicidade não tardará.

“O coração do homem propõe o seu caminho; mas o Senhor lhe dirige os passos.”
(Provérbios 16:9)

03 maio 2007

Futuro

_Oi, você nem falou comigo...
_É... Sabe, eu não posso te esperar para sempre.

_Eu sei... Mas eu não posso te dar nada. Pelo menos não agora.

_Você acha mesmo isso?

_Eu tenho certeza. Você merece mais do que tenho a oferecer.

_Não me venha com essa conversa de merecimento!

_Sério. Você precisa de mais do que tenho a oferecer.

_Se você acha isso...

_Eu sinto isso. E sinto muito também.

_Tá...

_Foi bom.

_O quê?

_Como assim?

_O que é que foi bom?

_Isso. O que vivemos.

_Mas não vivemos nada!

_Vivemos. Um sonho, se não mais.

_É, foi. Um sonho. Foi bom. De alguma forma, foi.

_Você acha que ainda temos chance?

_Não sei. Não gosto de pensar no futuro. Não costumo planejar nada. E o futuro a Deus pertence, não é?

_É verdade. E o futuro é cheio de possibilidades.

_Você deveria dizer “oportunidades”.

_É.

_Então tá.

_Desculpa.

_Você não fez nada.

_Por isso mesmo...

_Olha, tenho que ir agora. Outra hora a gente se fala mais.

_Tá.

_Adeus.

_Adeus?

_Foi maneira de dizer.

_Ah! Soou forte...

_Tchau, então.

_Tchau.

_Você é uma pessoa boa.

_...

02 maio 2007

Cavalheirismo

Só conheci até hoje duas mulheres que não gostavam de gentilezas.

Uma dizia que o cavalheirismo seria um instrumento de dominação machista.

A outra era ainda mais idiota.

01 maio 2007

Fim do blog

Dia 17 passado coloquei um texto que dizia “Acho que é assim que tudo termina...”. Bem, não era o blog que terminava. Era outra coisa, mais pessoal: uma fase, um sentimento, um pensamento, algo assim.
O blog continua vivo, como mostra a postagem abaixo, embora tenha passado um tempo sem novidades. (É difícil escrever quando algo acaba).

Empatia

Empatia sf. Tendência para sentir o que sentiria, se estivesse em situação vivida por outra pessoa. (Dicionário Aurélio)
Há um vídeo em páginas da internet e circulando por mensagens de correio eletrônico (no meu e-mail mesmo já chegaram 3, devidamente encaminhadas à lixeira) no qual um homem puxa blusas ou saias (e às vezes até a roupa íntima) de mulheres andando na rua.

Falei com amigos. Muitos acharam engraçado. (Scotch, graças a Deus, não). Não sei que graça tem.

Qualquer pessoa que já tenha sonhado que estava nua (e esse é um sonho recorrente na infância) sabe o quão constrangedor é essa situação.

Mais do que isso, a atitude é humilhante demais, ao impedir qualquer reação da vítima que, entre perseguir o estúpido autor e se vestir, prefere obviamente se recompor. A covardia do autor desses atos é algo que há do mais profundo machismo, do qual todos os homens deveriam se envergonhar. Rebaixa, humilha e envergonha a mulher.

Outro dia, em um aniversário, exibiram esse vídeo. Quase todos os homens riram. E se as vítimas fossem suas mães, irmãs, esposas, namoradas ou filhas? Continuariam achando engraçado? Algumas mulheres - pasmem - riram também. E se fosse com elas?

Mas o brasileiro em geral tem uma enorme dificuldade de se colocar no lugar do outro. E disso decorre toda a sua falta de educação e respeito.