30 outubro 2007

Insomnia


Definitivamente tem algo que “tá” tirando meu sono.

(e não é o café...)

29 outubro 2007

O de Dante e o dos outros

Acabamos de completar 19 anos da promulgação da “Constituição Cidadã”. Aqui e acolá ouço gente maldizer a democracia, ao mesmo tempo em que nosso governantes minam as instituições democráticas para concentrar o poder em suas mãos.

O povo, ingênuo ou besta, achou que a simples assinatura da Carta Magna seria capaz de melhorar sua vida. As coisas não são assim... A democracia é um processo, um aprendizado onde povo e instituições interagem se adaptando e (tomara) aperfeiçoando.

O que são 19 ou 20 anos na história de um país? NADA! São como 19 ou 20 semanas na idade de uma pessoa. É preciso tempo para colher os frutos, é preciso vigilância e perseverança.

O povo, que esperava o milagre “por decreto”, a instantânea salvação assim que fosse assinada a Constituição, conta o tempo em segundos e acha que 20 anos são uma eternidade. Cansa-se da democracia, da obrigação de vigiar e tem-na por coisa barata.

Não percebe que aos poucos se muda o mundo (ou ao menos a pátria). Hoje, quase 20 anos após a promulgação da Constituição, começam a chegar aos postos de comando das empresas, dos tribunais e das instituições em geral as crianças de 1988. Cidadãos que não têm na formação nenhuma memória e tampouco costume das atitudes típicas da ditadura (opressão, favorecimento de uns e outros baseados em características subjetivas, etc.).

Na ditadura encontrávamos no comando pessoas que faziam o que bem queriam. De 1988 em diante, eram pessoas que faziam o correto porque eram fiscalizadas, porque se não agissem de acordo com as normas seriam punidas (mas, como primeiro precisavam ser pegas, buscavam sempre dar um jeito de burlar a fiscalização ou a norma).

Aos poucos o cenário muda para termos nas posições de chefia pessoas preocupadas em fazer o certo porque é o melhor para todos, porque se não for feito o melhor o país “vai à falência” e adeus galinha dos ovos de ouro!

No futuro, daqui a 20, 40 ou 60 anos, teremos nas posições de comando nossos filhos e netos e, talvez, eles façam o que é certo não por medo de serem pegos nem por ser o melhor para o país. Eles farão o certo porque não verão alternativa, não saberão fazer de outra forma, não conseguirão burlar ou fazer uso do “jeitinho”, suas consciências os impedirão de agir errado.

Farão o certo não por medo ou responsabilidade, mas porque fazer o certo é o certo a se fazer, sem alternativa.

24 outubro 2007

O jogo da Pollyanna

Semana passada fui comprar um livro acadêmico e enquanto esperava o vendedor procurar nas estantes, arquivos, sistemas, caixas etc. meus olhos encontraram o livro “Pollyanna”.

Seria a tão irritantezinha garota que praticamente me proíbe de reclamar de algo? Passei toda a minha infância e boa parte da juventude ouvindo alguém me mandando “fazer o jogo do contente”. Ainda hoje há quem fale isso.

Peguei o livro da estante dos livros infantis (ainda sou criança, você não?) e folheei rapidamente... Sim, era a tal, a que desejava conhecer pra entender. Seria possível alguém ser tão irritantemente otimista?

O vendedor chegou com o livro. Acrescentei Pollyanna, paguei e saí.

Descobri que Pollyanna não é chata e que o jogo do contente é ótimo. Mas há uma grande diferença entre ficar contente com qualquer situação e ficar contente em qualquer situação.

Pense nisso. Depois volto a esse assunto.