24 outubro 2007

O jogo da Pollyanna

Semana passada fui comprar um livro acadêmico e enquanto esperava o vendedor procurar nas estantes, arquivos, sistemas, caixas etc. meus olhos encontraram o livro “Pollyanna”.

Seria a tão irritantezinha garota que praticamente me proíbe de reclamar de algo? Passei toda a minha infância e boa parte da juventude ouvindo alguém me mandando “fazer o jogo do contente”. Ainda hoje há quem fale isso.

Peguei o livro da estante dos livros infantis (ainda sou criança, você não?) e folheei rapidamente... Sim, era a tal, a que desejava conhecer pra entender. Seria possível alguém ser tão irritantemente otimista?

O vendedor chegou com o livro. Acrescentei Pollyanna, paguei e saí.

Descobri que Pollyanna não é chata e que o jogo do contente é ótimo. Mas há uma grande diferença entre ficar contente com qualquer situação e ficar contente em qualquer situação.

Pense nisso. Depois volto a esse assunto.

2 comentários:

Anônimo disse...

assino embaixo, Scotch! E jogo o jogo do contente... sou criança sempre!

Milford Maia disse...

Realmente, meu caro Scotch,

A espinha dorsal da questão trata-se em bem distingüir entre 'com' e 'em' quaisquer situações.

O 'com' nos transforma em qualquer coisa, em algo que talvez não se desejava ser e acabou por tornar-se, quiçá de forma definitiva ou mais longa do que se esperava. Neste caso, se é a peça do jogo, manuseada por um outro jogador (não necessariamente hábil, é claro).

Já o 'em', diferentemente, demonstra capacidade de adaptação, de 'jogo de cintura', para algo que talvez não se desejava ser, mas precisou ser, ainda que provisoriamente ou de forma circunstancial. Neste outro caso, se é o jogador em si, que move as peças conforme lhe convem.

Enfim, fica aberta a discussão. Um ótimo tema, sempre a trazer reflexão e inquietação.

Forte abraço! Visite o blog!!!