Não estava somente melhor do que antes da depressão, mas melhor do que quando o conheci. Era outra pessoa! Muito mais seguro de si, demonstrando isso pela conversa e nos relatos de atitudes no novo emprego e no novo namoro.
Quando comentaram que ele parecia bem melhor, ele afirmou que realmente se achava mais maduro. Aí alguém na roda comentou: “Graças à Fulana!”. A Fulana, no caso, era a ex-esposa.
Graças à ela? Como assim? Ela não conversou com ele. Ela não o levou ao médico. Não o apoiou. Não fez nada para ajudar. Simplesmente o abandonou (da pior forma possível) assim que a dificuldade bateu.
(Quando ele perdeu o emprego, ela começou a tratá-lo como incapaz e incompetente. Pra piorar, um acidente de carro o deixou de cama por duas semanas e neste período ela foi vista saindo com um “amigo”. Ou dois.)

A desilusão amorosa e a dificuldade financeira causaram o início de depressão e a busca por ajuda com amigos, às vezes na religião e até na bebida. No meio de alguma conversa, oração ou porre ele teve uma epifania, um insight e pode ver tudo claramente (como Neo vendo as letrinhas escorrendo, no final do primeiro Matrix).
De quem é o mérito? Dela? Isso seria supor que ela o teria humilhado, abandonado e traído para lhe dar um “tratamento de choque”, o que não é verdade. A intenção jamais foi essa.
Sabendo o que ele havia passado, tive vontade de dizer “graças a ela o #$%¨*&*#!”, mas ele, mais educado, sorriu e disse apenas:
_ Quer dizer que graças a Hitler, temos Guernica? - e mudou de assunto.
Um comentário:
O fato é que, minha cara Alesya,
Não vejo a 'ex' como causa de algo, mas como parte do processo, como uma personagem da estória. A causa poderia ter vindo de qualquer outro fator, muito provavelmente interno e pré-nupcial.
Já o mérito, este sim, há na reflexão feita acerca do assunto, na maneira valorosa em que superou seus problemas.
Genial o 'drible' dado, digno de um gentleman, em equilibrio com seu presente, embasado no passado e a caminho do futuro.
Forte abraço!
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