20 maio 2009

Epifania

Ontem saí com um grupo de amigos e foi muito divertido. A grande e grata surpresa foi a presença de um grande amigo nosso que passou por maus bocados ano passado, inclusive com início de depressão. Ontem se mostrou outra pessoa.

Não estava somente melhor do que antes da depressão, mas melhor do que quando o conheci. Era outra pessoa! Muito mais seguro de si, demonstrando isso pela conversa e nos relatos de atitudes no novo emprego e no novo namoro.

Quando comentaram que ele parecia bem melhor, ele afirmou que realmente se achava mais maduro. Aí alguém na roda comentou: “Graças à Fulana!”. A Fulana, no caso, era a ex-esposa.

Graças à ela? Como assim? Ela não conversou com ele. Ela não o levou ao médico. Não o apoiou. Não fez nada para ajudar. Simplesmente o abandonou (da pior forma possível) assim que a dificuldade bateu.

(Quando ele perdeu o emprego, ela começou a tratá-lo como incapaz e incompetente. Pra piorar, um acidente de carro o deixou de cama por duas semanas e neste período ela foi vista saindo com um “amigo”. Ou dois.)

A desilusão amorosa e a dificuldade financeira causaram o início de depressão e a busca por ajuda com amigos, às vezes na religião e até na bebida. No meio de alguma conversa, oração ou porre ele teve uma epifania, um insight e pode ver tudo claramente (como Neo vendo as letrinhas escorrendo, no final do primeiro Matrix).

De quem é o mérito? Dela? Isso seria supor que ela o teria humilhado, abandonado e traído para lhe dar um “tratamento de choque”, o que não é verdade. A intenção jamais foi essa.

Sabendo o que ele havia passado, tive vontade de dizer “graças a ela o #$%¨*&*#!”, mas ele, mais educado, sorriu e disse apenas:

_ Quer dizer que graças a Hitler, temos Guernica? - e mudou de assunto.

Um comentário:

Milford Maia disse...

O fato é que, minha cara Alesya,

Não vejo a 'ex' como causa de algo, mas como parte do processo, como uma personagem da estória. A causa poderia ter vindo de qualquer outro fator, muito provavelmente interno e pré-nupcial.

Já o mérito, este sim, há na reflexão feita acerca do assunto, na maneira valorosa em que superou seus problemas.

Genial o 'drible' dado, digno de um gentleman, em equilibrio com seu presente, embasado no passado e a caminho do futuro.

Forte abraço!
Visite o 'blogue': http://milfordmaia.blogspot.com