02 junho 2008

Autoria

Já falei sobre a questão de autoria de textos que correm pela Internet em “Como dizia Aristóteles...”, quando textos são atribuídos a autores que jamais os escreveram. Vítimas freqüentes são Arnaldo Jabor e Luís Fernando Veríssimo.

Quem não conhece o texto “Marionete de Pano”, de Gabriel García Marquez? Quer saber? Ninguém conhece! G. G. Marquez jamais escreveu esse texto, como se prova aqui.

E “Instantes”, de Jorge Luís Borges, que nunca o escreveu? A prova está aqui.

Em uma página do Jornal da Poesia temos vários exemplos:
  • “No caminho com Maiakóvski”, que não é de Maiakóvski, nem de Martin Niemöller, mas de Eduardo Alves da Costa (abordei-o no texto “ATÉ QUANDO?”);
  • “Procura-se um amigo”, que não é de Vinicius de Moraes;
  • “Ter namorado”, que não é de Drummond;
  • “Orgulhosa”, que não é de Castro Alves;
  • “Não te amo mais”, um poeminha para ser lido de cabeça para cima e de cabeça para baixo, que não é de Clarice Lispector.

Hoje aconteceu comigo o contrário. Um texto que publiquei sem autor (pois o havia recebido sem assinatura ou qualquer indicação de autoria) em “Felicidade” ganhou seu pai... Trata-se na verdade do texto “Revolução da Alma”, de Paulo Roberto Gaefke, que me mandou o seguinte comentário:
“É uma honra para mim, ter um texto de minha autoria nesse site tão bem feito e interessante. Gostaria apenas de solicitar a inclusão do meu nome como autor do mesmo, pois Revolução da Alma está em meu livro ‘Decidi ser Feliz’ e se desejar, pode visitar meu site www.meuanjo.com.br e ver outras mensagens que escrevi nesses 8 anos.”
Agradeço os elogios, visitarei o site e certamente comprarei o livro. Eu também decidi ser feliz há algum tempo!

Um comentário:

Milford Maia disse...

Com certeza, minha cara Alesya,

'A César o que é de César', é bom dar 'paternidade' e 'maternidade' a textos que se lê por essa Internet a fora. Parabéns pela iniciativa!

Porém, algo que me irrita profundamente é o mau costume de alguns que (falsamente) escrevem sob os nomes de Jabor ou Veríssimo.

Não sei se é por covardia, insegurança ou por mera cara-de-pau, só sei que é algo ruim. Seria medo de não ser lido, de não ter seu texto levado em consideração?

Ou é o desejo de enganar aos incautos, inexperientes e desavisados, incutindo idéias nem sempre sadias e/ou válidas?

Não é preciso ser catedrático para perceber a total incompatibilidade de estilo e forma em textos desta natureza.

Muitas vezes baseados em argumentos falaciosos e falhos, acabam por levar o leitor a uma interpretação incorreta dos fatos.

Utilizo o espaço gentilmente cedido pela equipe de 'É Tarde' para um apelo: atenção ao repassar textos e mensagens, procure saber a origem e a real intenção de quem o tenta disseminar pela Internet.

Forte abraço! Visite o blog aqui ou acolá!