20 março 2007

Fábula moderna

Autor desconhecido

Uma galinha achou alguns grãos de trigo e disse a seus vizinhos:
“Se plantarmos este trigo, teremos pão para comer. Alguém quer me ajudar a plantá-lo?”

“Eu não”, disse a vaca.
“Nem eu”, emendou o pato.
“Eu também não”, falou o porco.
“Eu muito menos”, completou o bode.

“Então eu mesma planto”, disse a galinha.
E assim o fez. O trigo cresceu alto e amadureceu em grãos dourados.

“Quem vai me ajudar a colher o trigo?”, quis saber a galinha.

“Eu não”, disse o pato.
“Não faz parte de minhas funções”, disse o porco.
“Não depois de tantos anos de serviço”, exclamou a vaca.
“Eu me arriscaria a perder o seguro-desemprego”, disse o bode.

“Então eu mesma colho”, falou a galinha, e colheu o trigo ela mesma.

Finalmente, chegou a hora de preparar o pão.
“Quem vai me ajudar a assar o pão?” indagou a galinha.

“Só se me pagarem hora extra”, falou a vaca.
“Eu não posso por em risco meu auxílio-doença”, emendou o pato.
“Eu fugi da escola e nunca aprendi a fazer pão”, disse o porco.
“Caso só eu ajude, é discriminação”, resmungou o bode.

“Então eu mesma faço”, exclamou a pequena galinha.
Ela assou cinco pães, e pôs todos numa cesta para que os vizinhos pudessem ver.

De repente, todo mundo queria pão, e exigiu um pedaço.
Mas a galinha simplesmente disse:
“Não! Eu vou comer os cinco pães sozinha”.

“Lucros excessivos!”, gritou a vaca.
“Sanguessuga capitalista!”, exclamou o pato.
“Eu exijo direitos iguais!”, bradou o bode.
O porco, esse só grunhiu.

Eles pintaram faixas e cartazes dizendo “Injustiça” e marcharam em protesto contra a galinha, gritando obscenidades.

Quando um agente do governo chegou, disse à galinhazinha:
“Você não pode ser assim egoísta.”

“Mas eu ganhei esse pão com meu próprio suor”, defendeu-se a galinha.

“Exatamente”, disse o funcionário do governo, “essa é a beleza da livre empresa. Qualquer um aqui na fazenda pode ganhar o quanto quiser. Mas sob nossas modernas regulamentações governamentais, os trabalhadores mais produtivos têm que dividir o produto de seu trabalho com os que não fazem nada”.

E todos viveram felizes para sempre, inclusive a pequena galinha, que sorriu e cacarejou: “eu estou grata”, “eu estou grata”.
Mas os vizinhos sempre se perguntavam por que a galinha nunca mais fez um pão.

Um comentário:

Anônimo disse...

Filha chega em casa da faculdade, dirigindo o seu carro, vai entrando em casa, nervosa, olha pro pai e diz:
- Papai, hoje estudamos o balanço da tua empresa publicado no jornal. Fiquei envergonhada com aquele lucro todo, distribuído aos acionistas. Você deveria doar boa parte do que sobrou, pras causas sociais. É uma vergonha. Temos que ter mais responsabilidade social.
É nessas horas que a gente entende a justiça do socialismo!
O pai, calmamente, pergunta à filha:
- Minha filha, qual foi a sua média em economia?
Ela - 9,5, papai, porque?
Ele - Aquela tua amiga, a Rita, como é que está? Lembro que voce disse que ela ia mal.
Ela - É, papai, a Rita está com 4,5. Se não ralar acaba ficando.
Ele - Porque, então, minha filha, você não cede à Rita três pontos da tua média. Você passaria com folga e faria um favor à sua melhor amiga.
Ela - Você só pode estar brincando, né papai? Eu estudo, me sacrifico, deixo de ir a festas, e simplesmente abro mão do meu esforço por ela, que passou o ano descansando?
Ele - Parabéns, filhinha. Você acabou de se tornar capitalista.